A suinocultura paranaense voltou a ganhar protagonismo no cenário nacional e confirmou, no terceiro trimestre de 2025, a força de um dos setores mais estratégicos do agronegócio brasileiro. De acordo com dados do Boletim de Conjuntura Agropecuária, divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o Paraná registrou o maior crescimento absoluto na produção de carne suína do país na comparação com o mesmo período de 2024. O levantamento tem como base informações da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre os meses de julho e setembro de 2025, a produção de carne suína no Paraná alcançou 321,94 mil toneladas, volume considerado recorde para um terceiro trimestre. O crescimento foi de 21,72 mil toneladas em relação ao mesmo período do ano anterior, o que representa uma alta expressiva de 7,2%. O desempenho coloca o estado na liderança nacional em termos de avanço absoluto na produção, superando importantes polos produtores do país.

O resultado paranaense se destacou inclusive frente a estados tradicionalmente fortes na suinocultura. Minas Gerais apresentou o segundo maior crescimento absoluto no período, com incremento de 20,13 mil toneladas. Em seguida aparecem o Rio Grande do Sul, com aumento de 17,53 mil toneladas, e o Mato Grosso do Sul, que registrou alta de 15,47 mil toneladas. Mesmo com a boa performance desses estados, o Paraná manteve a dianteira, consolidando sua posição de referência no setor.

Um dos principais fatores que explicam esse avanço foi o aumento no número de animais abatidos. No terceiro trimestre de 2025, o Paraná abateu 3,34 milhões de suínos, número inédito para um trimestre desde o início da série histórica. Na comparação anual, houve um acréscimo de 177,7 mil cabeças, crescimento de 5,6% em relação ao mesmo período de 2024. O dado reforça a expansão da atividade no estado, impulsionada por ganhos de escala, investimentos em tecnologia e melhorias no manejo produtivo.

Embora Minas Gerais tenha liderado o crescimento absoluto no número de suínos abatidos, com mais 202,49 mil cabeças, o Paraná ficou na segunda colocação nesse indicador, à frente do Mato Grosso do Sul. Para analistas do setor, esse desempenho demonstra não apenas o aumento da capacidade produtiva, mas também a eficiência da cadeia suinícola paranaense, que envolve desde a produção de grãos para ração até a indústria de processamento e distribuição.

Além do mercado interno, o comércio exterior teve papel relevante no desempenho do setor. Entre julho e setembro de 2025, o Paraná destinou 19,4% de toda a sua produção de carne suína ao mercado internacional. No total, foram exportadas 62,31 mil toneladas no período, segundo dados do Agrostat, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), citados no boletim do Deral. Esse volume representa o maior já exportado pelo estado em um único trimestre, evidenciando a competitividade do produto paranaense no cenário global.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2024, as exportações cresceram 9,24 mil toneladas, o equivalente a uma alta de 17,4%. O avanço reflete a ampliação da demanda internacional, especialmente em mercados que buscam fornecedores confiáveis, com padrões sanitários elevados e capacidade de entrega em larga escala. O Paraná, nesse contexto, tem se beneficiado de sua estrutura industrial, da rastreabilidade da produção e do reconhecimento da qualidade da carne suína brasileira.

Apesar do crescimento expressivo das exportações, a produção avançou em ritmo ainda mais acelerado, o que resultou em um aumento significativo da disponibilidade interna de carne suína. Segundo o Deral, o estado atingiu, no terceiro trimestre de 2025, a maior oferta interna de sua história desde o início da série, em 1997. Esse movimento reforça a posição do Paraná como o principal fornecedor de carne suína para o mercado interno brasileiro, garantindo abastecimento e contribuindo para a estabilidade dos preços ao consumidor.

O aumento da oferta interna também tem impactos positivos sobre a indústria de alimentos e o consumo doméstico. Com maior disponibilidade de produto, frigoríficos e redes varejistas conseguem manter o fluxo de abastecimento, enquanto o consumidor se beneficia de maior diversidade e, em alguns momentos, de preços mais competitivos. Para o setor produtivo, o desafio passa a ser equilibrar produção, mercado interno e exportações, de forma a preservar a rentabilidade dos produtores e a sustentabilidade da cadeia.

Especialistas apontam que o desempenho da suinocultura paranaense é resultado de um conjunto de fatores estruturais. Entre eles estão a forte integração entre produtores e agroindústrias, o acesso a insumos de qualidade, a logística eficiente e a proximidade com os principais mercados consumidores do país. Além disso, políticas públicas voltadas ao fortalecimento do agronegócio e ao apoio sanitário têm contribuído para a manutenção do status do estado como área livre de doenças que poderiam restringir o comércio.

Outro ponto relevante é a sinergia com outras cadeias produtivas, especialmente a de grãos. O Paraná é um grande produtor de milho e soja, principais componentes da ração utilizada na suinocultura. Essa integração reduz custos, aumenta a competitividade e favorece a expansão da produção animal. Com isso, o estado consegue responder de forma mais rápida às oportunidades de mercado, tanto internas quanto externas.

Para os próximos meses, a expectativa é de continuidade no bom desempenho do setor, ainda que o cenário exija atenção a fatores como custos de produção, oscilações cambiais e demanda internacional. O histórico recente, no entanto, indica que o Paraná segue bem-posicionado para manter sua liderança e ampliar sua participação no mercado de carne suína, consolidando-se como um dos pilares do agronegócio brasileiro.

Com resultados recordes em produção, abates e exportações, a suinocultura paranaense encerra o terceiro trimestre de 2025 com números que reforçam sua relevância econômica e estratégica. O crescimento de 7,2% na produção, aliado ao aumento da oferta interna e ao avanço no comércio exterior, evidencia a capacidade do estado de crescer de forma consistente, atendendo tanto o mercado nacional quanto as exigências do mercado global.