R$ 1,4 trilhão! Agro brasileiro alcança nível histórico e domina 23,5% do PIB

O agronegócio brasileiro inicia 2025 consolidado como um dos pilares da economia nacional e reafirmando sua importância no cenário mundial da produção de alimentos. O setor, que vem passando por uma trajetória contínua de modernização, expansão e ganho de produtividade, registra neste ano um dos seus desempenhos mais robustos da última década. Lavouras, pecuária e exportações avançam de forma equilibrada, evidenciando um novo ciclo de crescimento do agro no Brasil.

Segundo dados divulgados pela ABN e pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o Valor Bruto da Produção (VBP) atinge em 2025 a marca de R$ 1,409 trilhão, representando um salto expressivo de 11,1% em relação a 2024. Em análise detalhada, o superintendente do Banco Safra, Ricardo Leite, destaca que tanto as lavouras quanto a pecuária contribuem de maneira decisiva para este resultado. As culturas agrícolas avançam 10,6%, enquanto o segmento pecuário cresce 12,3%, impulsionado por cadeias que vêm apresentando forte evolução estrutural e tecnológica.

Entre os estados brasileiros, Mato Grosso mantém posição de destaque absoluto no agronegócio. Em 2025, o estado se consolida como o maior gerador de Valor Bruto da Produção, alcançando R$ 221,1 bilhões. Na sequência aparecem Minas Gerais e São Paulo, reafirmando a força produtiva do Centro-Oeste, Sudeste e Sul no cenário agrícola nacional.

O crescimento em Mato Grosso está diretamente relacionado ao fortalecimento das cadeias de soja, milho, algodão e pecuária de corte. Esses segmentos vêm recebendo investimentos contínuos em tecnologia, logística, bioinsumos, manejo de precisão e expansão industrial, fatores que elevam a produtividade e reduzem custos operacionais.

A pecuária brasileira vive um momento de sólida estabilidade e modernização. O país registra em 2025 um rebanho bovino de 238,1 milhões de cabeças, um dos maiores do mundo. Além disso, há expansão também no rebanho de bubalinos, na produção de suínos, na avicultura de corte e postura, na produção de ovos e na piscicultura — segmentos que vêm ganhando expressiva competitividade.

A adoção de práticas sustentáveis, como sistemas integrados (ILPF), melhoria genética, nutrição avançada e rastreabilidade, vem fortalecendo a pecuária de corte e leiteira. O setor, que por muitos anos enfrentou desafios de volatilidade, agora opera com maior previsibilidade e respaldo tecnológico, tornando-se peça-chave no avanço do agronegócio nacional.

Um dos pontos mais marcantes deste novo ciclo do agro é a expansão da área plantada e da produção de grãos. A Conab projeta para 2025 uma área recorde de 84,4 milhões de hectares, acompanhada de uma produção total estimada em 354,7 milhões de toneladas. Os destaques ficam por conta de:

• Soja, que permanece como principal cultura do país, com significativa recuperação produtiva;

• Sorgo, que ganha espaço devido à sua resistência climática e versatilidade industrial;

• Milho, que segue entre as principais commodities brasileiras, impulsionado também pelo crescimento do etanol de milho.

A região Centro-Sul continua respondendo pela maior parcela da produção nacional, mas a participação do Norte e Nordeste vem crescendo ano após ano, sobretudo em áreas de expansão agrícola estruturada, irrigação e novos polos produtivos.

O café brasileiro mantém sua relevância global com uma das melhores safras da década. Em 2025, a produção nacional atinge 55,2 milhões de sacas, com destaque para ganhos expressivos nos estados da Bahia e do Espírito Santo.

A combinação de clima favorável, manejo profissional, investimentos em renovação de lavouras e uso de tecnologias de precisão impulsiona a qualidade e o volume da produção. Com isso, o Brasil fortalece sua posição como líder mundial na cafeicultura.

A cana-de-açúcar mantém sua trajetória de estabilidade, com produção estimada em 668,8 milhões de toneladas em 2025. O desempenho é especialmente positivo nas regiões Nordeste e Sul, que registram condições climáticas mais favoráveis ao desenvolvimento da cultura.

O grande destaque, porém, fica por conta do etanol de milho, que registra crescimento de 14,5% no ano. O avanço é puxado pelo Centro-Oeste, onde novas plantas industriais e ampliações de unidades existentes aumentam a oferta do biocombustível, fortalecendo toda a cadeia do milho e ampliando a competitividade do setor energético nacional.

O agronegócio brasileiro segue ampliando sua relevância no comércio internacional. Até setembro, as exportações do agro somam R$ 126,5 bilhões, com China, União Europeia e Estados Unidos aparecendo como principais destinos das commodities nacionais.

Soja, carnes, açúcar, café, milho, celulose e frutas continuam entre os produtos mais exportados, garantindo ao Brasil importantes superávits comerciais e fortalecendo o país como um dos maiores fornecedores de alimentos do planeta.

Com esse desempenho robusto nos diferentes segmentos, o PIB do agronegócio atinge 23,5% de toda a economia brasileira em 2025. O número reforça o papel estratégico do setor para o crescimento econômico, geração de empregos, arrecadação de impostos, estímulo à inovação e segurança alimentar do Brasil e do mundo.

O novo ciclo que se forma aponta para um agronegócio mais moderno, sustentável, diversificado e competitivo. Com investimento contínuo em tecnologia, infraestrutura, pesquisa e qualificação, o Brasil fortalece ainda mais sua liderança global na produção de alimentos e sua capacidade de acompanhar as demandas crescentes do mercado internacional.