O mês de outubro trouxe uma boa notícia para os produtores de milho em Mato Grosso. Segundo dados divulgados pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o preço médio da saca do cereal apresentou alta de 1,91% em relação a setembro, fechando o mês com média de R$ 67,27. A valorização, conforme o instituto, foi resultado direto de um mercado interno aquecido e do forte ritmo das exportações brasileiras — especialmente para Irã e Egito, dois dos maiores compradores do milho nacional.
De acordo com o Imea, “a valorização registrada no último mês foi sustentada pelo mercado interno, onde a demanda aquecida tem mantido as cotações firmes”. Além disso, o desempenho das exportações também foi determinante para a recuperação dos preços. Somente entre janeiro e setembro de 2025, o Brasil embarcou 9,10 milhões de toneladas de milho para o Irã e o Egito, o que representa 39,04% de todo o volume exportado pelo país no período.
Esse movimento reforça a importância do mercado externo para o equilíbrio das cotações no Brasil. Os dois países do Oriente Médio vêm ampliando suas compras do grão brasileiro, em parte devido a quebras de safra locais e à competitividade do milho nacional frente a outros exportadores globais.
Mercado interno também contribui para valorizaçãoApesar do peso das exportações, o Imea destaca que o mercado doméstico foi igualmente decisivo na sustentação dos preços em Mato Grosso. A demanda aquecida das indústrias de ração e do setor pecuário, que depende fortemente do milho para alimentação animal, manteve as cotações firmes mesmo em um cenário de maior oferta.
Com o avanço da colheita da segunda safra em outras regiões e o início do plantio da safra 2025/26, o mercado tende a apresentar ajustes pontuais, mas sem grandes quedas no curto prazo. O instituto ressalta que o equilíbrio entre oferta e demanda continuará sendo o principal fator de influência nas próximas semanas.
Comparativo anual mostra leve recuperação, mas preços seguem abaixo de 2024Mesmo com a alta em outubro, o preço médio do milho ainda está 3,79% abaixo do registrado no mesmo mês de 2024, segundo dados da B3 (Bolsa de Valores do Brasil). O Imea lembra que, em 2025, apenas o mês de maio apresentou média mensal superior às atuais. Esse comportamento reflete as oscilações típicas do mercado agrícola, influenciado por fatores como clima, câmbio e demanda internacional.
A recuperação parcial observada no final de 2025 pode sinalizar uma tendência de estabilização do mercado, após um período de pressão baixista motivado por estoques elevados e um cenário global de incertezas econômicas.
Perspectivas para os próximos meses: estabilidade com atenção ao câmbioPara os próximos meses, a expectativa dos analistas é de estabilidade nos preços, com variações pontuais ligadas ao avanço da safra 2025/26 e ao comportamento do dólar. Um câmbio mais valorizado tende a favorecer as exportações, tornando o produto brasileiro mais competitivo no mercado internacional, o que pode, novamente, impulsionar as cotações internas.
Por outro lado, caso a oferta interna aumente mais rapidamente do que o previsto, os preços podem sofrer uma leve correção negativa. O Imea ressalta que a atenção deve permanecer voltada à logística de exportação, aos custos de frete e à demanda dos principais parceiros comerciais.
Cenário promissor para o produtor mato-grossenseCom o aumento de 1,91% em outubro e a média de R$ 67,27 por saca, o milho volta a ganhar fôlego no maior estado produtor do país. O bom desempenho das exportações e a demanda interna firme criam um ambiente mais favorável para o produtor rural, especialmente em um momento de custos elevados e incertezas climáticas.
Ainda que o mercado não deva registrar grandes picos de valorização no curto prazo, o cenário atual é considerado positivo e equilibrado, abrindo espaço para planejamento e estratégias comerciais mais seguras até o início de 2026.