O setor de fruticultura brasileira continua demonstrando força e resiliência no cenário internacional. Mesmo diante de desafios como o “tarifaço” americano anunciado no início do ano, o Brasil encerrou o terceiro trimestre de 2025 com resultados expressivos nas exportações de frutas frescas. Segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), com base no Comex Stat, o país registrou crescimento de 30,2% em valor e 16,3% em volume em relação ao mesmo período de 2024.
No total, o trimestre somou US$ 323,6 milhões e 290,6 mil toneladas embarcadas, elevando o acumulado do ano para US$ 909,8 milhões e 836,9 mil toneladas exportadas. O desempenho reforça o protagonismo da fruticultura nacional e o esforço coletivo entre produtores, exportadores e instituições representativas para consolidar o Brasil como um dos principais fornecedores mundiais de frutas frescas.
Resiliência e união garantiram crescimento mesmo com desafiosO presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho, destacou que o sucesso do setor é resultado de uma atuação conjunta e estratégica. Segundo ele, a reação rápida às incertezas provocadas pelas novas tarifas dos Estados Unidos mostrou a maturidade e a capacidade de adaptação do segmento.
“Em um primeiro momento, foi necessário refletir sobre as alternativas e avaliar os impactos, mas em nenhum momento deixamos de produzir o planejado. O setor continuou negociando, trabalhando e mostrando sua força. Os números alcançados são o reflexo direto desse esforço coletivo, que une produtores, exportadores e instituições em torno de um mesmo propósito: mostrar ao mundo a força e a excelência da fruticultura brasileira”, afirmou Coelho.
Ele ressaltou ainda que o sucesso das exportações não depende apenas da produção, mas também da capacidade de negociação, planejamento e visão global. “O trabalho vai muito além da porteira, envolve qualificação, parcerias e uma atuação estratégica no mercado internacional”, completou.
Presença internacional fortalece imagem e abre novos mercadosUm dos fatores que impulsionaram o crescimento em 2025 foi a participação do Brasil em grandes feiras internacionais, como a Fruit Logistica, na Alemanha; a Fruit Attraction, em São Paulo e Madrid; e a Asia Fruit Logistica, em Hong Kong. Esses eventos reforçaram a imagem do país como fornecedor confiável, competitivo e sustentável, ampliando as oportunidades comerciais e atraindo novos compradores.
A diretora de ESG da Abrafrutas, Priscila Nasrallah, afirmou que o setor tem avançado significativamente em certificações socioambientais e de qualidade, o que fortalece a confiança dos mercados internacionais e consolida o compromisso com os critérios ESG.
“Temos trabalhado continuamente para fortalecer a imagem do Brasil no exterior, diversificar mercados e abrir novas oportunidades para nossos produtores. Em breve, a Abrafrutas apresentará uma grande novidade que vai potencializar ainda mais os negócios e a visibilidade do país no comércio internacional de frutas”, destacou Nasrallah.
Manga, melão e banana lideram embarquesEntre as frutas mais exportadas, a manga segue na liderança, com aumento de 3,8% em valor e 36,9% em volume, impulsionada pela forte demanda da União Europeia e do Reino Unido. O limão também manteve bom desempenho, com leve crescimento de 0,02% em valor e 7,97% em volume, consolidando sua presença nos mercados europeu e do Oriente Médio.
O melão foi outro destaque, registrando alta de 47,01% em valor e 29,77% em volume, favorecido pela estabilidade da oferta nordestina. Já a melancia surpreendeu com crescimento de 97,4% em valor e 64,9% em volume, enquanto a banana teve alta de 40,8% em valor e 63,8% em volume, consolidando-se como uma das frutas mais promissoras no comércio exterior.
Brasil mira novas oportunidades e consolida posição globalCom resultados tão expressivos, o Brasil reforça sua posição entre os maiores exportadores de frutas do mundo, mostrando que qualidade, sustentabilidade e planejamento são pilares fundamentais para o crescimento do setor. A expectativa para o fechamento de 2025 é positiva, com a possibilidade de ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão em exportações, caso o ritmo se mantenha até o fim do ano.
Para o agronegócio nacional, o avanço da fruticultura representa não apenas aumento de receita, mas também geração de empregos, diversificação de mercados e fortalecimento da imagem do Brasil como potência agroexportadora.