A produção de milho para silagem no Rio Grande do Sul deve registrar um crescimento expressivo de 8,29% na safra 2025/2026, segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (9). O avanço é resultado do aumento da área cultivada e da melhoria nas condições de produtividade, refletindo a importância estratégica desse insumo para a pecuária e o abastecimento de rebanhos em períodos de estiagem.
De acordo com os dados do levantamento, a semeadura do milho para silagem já alcança 59% do total previsto no estado. A área destinada ao cultivo deve crescer 2,74% em relação à safra anterior, passando de 356.300 hectares (dados do IBGE) para 366.067 hectares.
Além disso, a produtividade média estadual também deve apresentar um desempenho superior, com avanço de 5,28%, saltando de 36.416 quilos por hectare para 38.338 quilos por hectare. Com esses resultados combinados, a produção total de milho para silagem no Rio Grande do Sul deve atingir 14,03 milhões de toneladas, superando as 12,96 milhões de toneladas da safra anterior.
Importância estratégica da silagem para o campo gaúchoSegundo a Emater/RS-Ascar, esse crescimento é sustentado por fatores estruturais e estratégicos do agronegócio gaúcho. A silagem de milho é essencial para garantir alimentação estável e de qualidade para os rebanhos, especialmente em períodos de escassez hídrica, que costumam afetar o estado entre o verão e o outono.
O uso do milho para silagem também se consolida como uma alternativa econômica importante, já que produtores têm expandido a comercialização regional do produto, não apenas para a pecuária leiteira, mas também para rebanhos de corte, setor que vem ganhando espaço no Rio Grande do Sul.
Destaques regionais: Erechim, Pelotas e Santa MariaO levantamento da Emater/RS-Ascar detalha o desempenho por regiões administrativas, revelando crescimentos expressivos em diferentes polos agrícolas.
Na região administrativa de Erechim, a área destinada à silagem terá elevação de 3,25% em comparação com a safra 2024/2025, totalizando 18.350 hectares. A produtividade esperada também é elevada, chegando a 43.795 quilos por hectare, acima da média estadual. Essa performance reforça o protagonismo da região no fornecimento de silagem para propriedades de pecuária intensiva e confinamentos.
Já na região de Pelotas, o avanço é ainda mais significativo: a área dedicada ao milho para silagem deve atingir 17.813 hectares, representando uma alta de 26,54% frente à safra passada. O resultado reflete o maior investimento em infraestrutura rural e o fortalecimento da integração entre agricultura e pecuária no sul do estado, onde o alimento conservado tem ganhado relevância como alternativa para sustentar a produção durante estiagens recorrentes.
Na região de Santa Maria, a semeadura já alcançou 40% da área prevista, que soma 11.485 hectares. As boas condições climáticas no início da primavera têm favorecido o avanço das lavouras, impulsionando o ritmo de plantio e as expectativas de produtividade.
Clima favorável e planejamento antecipado impulsionam resultadosAlém da ampliação de área e da tecnologia empregada nas lavouras, o desempenho positivo projetado para 2025/26 também está associado ao planejamento antecipado dos produtores e à melhoria das condições climáticas. Diferentemente dos anos anteriores, marcados por secas severas, a tendência para este ciclo agrícola indica maior regularidade de chuvas durante o desenvolvimento das plantas, especialmente nas fases iniciais de germinação e crescimento vegetativo.
A adoção de híbridos mais produtivos e resistentes, bem como o investimento em manejo de solo e irrigação complementar, também contribuem para a expectativa otimista da safra. Em diversas propriedades, produtores têm priorizado sistemas integrados de produção, que associam lavoura e pecuária de forma sustentável, ampliando a eficiência no uso da terra.
Perspectivas positivas para o setorCom o aumento da produção, o Rio Grande do Sul se consolida como um dos principais estados produtores de milho para silagem do país, desempenhando papel fundamental no suporte à pecuária nacional. O crescimento de 8,29% reforça a resiliência do campo gaúcho e a capacidade dos produtores de se adaptarem às variações climáticas e de mercado.
Além de garantir segurança alimentar para os rebanhos, a expansão da silagem representa maior estabilidade econômica para o meio rural, impulsionando o comércio local de insumos, máquinas e serviços agrícolas.
A expectativa é que, mantidas as condições atuais de clima e manejo, a safra 2025/2026 consolide uma recuperação consistente para o setor, fortalecendo a cadeia produtiva de grãos e contribuindo para o equilíbrio da pecuária em todo o estado.