A safra de uva 2025 no Rio Grande do Sul segue com boas perspectivas, impulsionada pelas condições climáticas favoráveis e pelo manejo adequado das videiras. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado nesta quinta-feira (2), o cultivo da fruta avança em ritmo satisfatório em diversas regiões do estado, especialmente nas áreas administrativas de Caxias do Sul e Frederico Westphalen, onde o desenvolvimento vegetativo e a formação dos cachos indicam uma safra promissora.
Desenvolvimento das videiras e condições climáticas favoráveisNa tradicional região vitivinícola de Caxias do Sul, a poda seca foi concluída e as plantas apresentam plena brotação e vigor vegetativo. As temperaturas amenas registradas nas últimas semanas têm contribuído para o baixo índice de doenças fúngicas, favorecendo um desenvolvimento saudável das videiras. O manejo de cobertura do solo, realizado por meio de roçadas e acamamento, também tem auxiliado na manutenção da umidade e na proteção das raízes.
Segundo a Emater, não há registros expressivos de pragas ou doenças, e os vinhedos demonstram boa emissão de brotos e cachos, sinalizando uma expectativa positiva para a colheita. O cenário é animador para os produtores, especialmente após anos de instabilidade climática que afetaram a produção e a qualidade das uvas destinadas à fabricação de vinhos e sucos.
Variedades e estágios de desenvolvimentoNa região de Frederico Westphalen, as variedades cultivadas se encontram em diferentes estágios fenológicos, refletindo a diversidade produtiva local. A uva Vênus está em fase de flores abertas e limpeza de cachos, enquanto a Bordô apresenta inflorescências visíveis e flores agrupadas. Já as variedades Niágara Rosada e Branca estão com cerca de 25% das flores abertas, e a Seyve Villard se encontra entre o estágio de primeira folha separada e inflorescência visível. A cultivar Carmem, por sua vez, apresenta de duas a três folhas separadas, avançando para o alongamento da inflorescência.
Esses diferentes estágios de desenvolvimento exigem cuidados específicos dos viticultores, que adaptam as práticas de manejo conforme as necessidades de cada variedade. O objetivo é garantir uniformidade na floração e qualidade nos cachos, fatores determinantes para uma boa produtividade e para o sabor das uvas.
Manejo e nutrição das plantas garantem equilíbrio produtivoEntre as práticas adotadas, destacam-se a desbrota, que consiste na eliminação de brotos em excesso ou mal posicionados, e a desponta, utilizada para controlar o vigor dos ramos e favorecer a entrada de luz solar nas folhas e flores. Além disso, os produtores têm realizado adubações foliares com nutrientes essenciais para o florescimento e a frutificação.
De acordo com o informativo, as aplicações de boro e cálcio auxiliam no pegamento das bagas e na estruturação dos cachos, enquanto o nitrogênio estimula a brotação e o potássio e o magnésio contribuem para o desenvolvimento inicial dos frutos e a manutenção da fotossíntese. Essa combinação nutricional é essencial para garantir o equilíbrio vegetativo e produtivo das videiras, refletindo diretamente na qualidade final da safra.
Monitoramento fitossanitário e condução das plantasOutro ponto destacado pela Emater é o monitoramento constante de doenças típicas da primavera, como míldio, oídio e antracnose, que podem comprometer folhas e cachos se não forem controladas adequadamente. O acompanhamento técnico e o uso racional de defensivos, quando necessário, têm sido fundamentais para manter a sanidade dos vinhedos.
As equipes de campo também reforçam a importância do tutoramento e da amarração dos ramos, práticas que garantem uma boa condução das plantas e favorecem a aeração e a exposição solar, fatores essenciais para a qualidade dos frutos e para o controle de umidade.
Perspectivas otimistas para a safraCom o avanço das fases vegetativas e o bom desempenho das videiras até o momento, as perspectivas para a safra 2025 de uva no Rio Grande do Sul são otimistas. Caso as condições climáticas se mantenham estáveis nos próximos meses, os produtores esperam alta produtividade e frutos de excelente qualidade, o que beneficiará tanto o consumo in natura quanto a produção de vinhos, sucos e espumantes — segmentos que dependem diretamente da qualidade da matéria-prima.
A expectativa é que o cenário positivo ajude a impulsionar o setor vitivinícola gaúcho, fortalecendo pequenos e médios produtores e consolidando o estado como líder nacional na produção de uvas e derivados.