O Governo de Mato Grosso assinou, nesta segunda-feira (1º), três novos contratos de concessão de rodovias estaduais, ampliando a malha sob administração da iniciativa privada e liberando investimentos de R$ 3,6 bilhões ao longo dos próximos 30 anos. O acordo contempla 964,5 quilômetros de estradas, abrangendo rotas estratégicas para o escoamento da produção agrícola, setor vital para a economia do estado.
Com a assinatura, a malha concedida totaliza agora 2.381 km de rodovias, garantindo manutenção contínua, modernização da infraestrutura e liberação de recursos públicos para outras obras. O modelo adotado pelo governo estadual é visto como essencial para sustentar o crescimento da produção agrícola, uma vez que Mato Grosso é líder nacional em grãos e proteína animal.
Estrutura para acompanhar o crescimento do agronegócioO secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Marcelo de Oliveira, destacou que as concessões são fundamentais para acompanhar a velocidade do agronegócio no estado.
“Desde 2019, entregamos quase 6 mil quilômetros de asfalto e mais de 220 pontes de concreto. Mas Mato Grosso tem uma malha rodoviária enorme e uma produção agrícola gigantesca. Com as concessões, o Estado pode construir e pavimentar mais estradas, erguer novas pontes e, consequentemente, desenvolver ainda mais a economia regional”, afirmou.
Modelo internacional de parceriaAs concessões firmadas seguem modelos de gestão já aplicados em países desenvolvidos. O secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, lembrou que a parceria público-privada é uma solução consagrada no mundo.
“Esse é um modelo que deu certo na Europa e que também é utilizado nos Estados Unidos. É uma forma de atrair investimentos privados para acelerar o desenvolvimento da nossa infraestrutura”, ressaltou Garcia.
Inovações tecnológicas e reconhecimento da ONUOs novos contratos incluem pedágio e pesagem de veículos de carga sem a necessidade de parada, recurso que deve reduzir filas e agilizar o tráfego. Além disso, as rodovias terão cláusulas de adaptação climática, reconhecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) como referência internacional em concessões.
De acordo com o secretário adjunto de Logística e Concessões da Sinfra, Caio Albuquerque, o Estado buscou entregar um modelo inovador.
“Por mais que o cenário macroeconômico seja difícil, conseguimos trazer investimentos e entregar algo novo para Mato Grosso. As concessionárias terão 12 meses para executar obras iniciais antes da cobrança das tarifas de pedágio”, explicou.
Trechos concedidosAs concessões foram divididas em três lotes principais, abrangendo áreas estratégicas para o escoamento da produção agrícola:
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Lote 1 – Rota do Arinos: 237,5 km das MTs 160/220/242/338, ligando municípios como Novo Horizonte do Norte, Porto dos Gaúchos, Itanhangá, Juara e Tapurah.
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Lote 2 – Rota da Produção: 418,5 km das MTs 160/235/249/480, conectando Diamantino, São José do Rio Claro, Campo Novo dos Parecis, Nova Maringá, Nova Mutum, Nova Marilândia, Santo Afonso e Tangará da Serra.
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Lote 5 – Rodovia da Integração: 308,3 km das MTs 020/326, passando por Paranatinga, Campinápolis, Água Boa e Canarana.
O setor do agronegócio será o principal beneficiado, já que as rotas concedidas concentram grande parte do escoamento de grãos e carnes. Com estradas em melhores condições e tecnologias que agilizam o tráfego, os custos logísticos tendem a cair, ampliando a competitividade dos produtores mato-grossenses.
Além disso, a população das cidades contempladas deve se beneficiar da melhoria da malha viária, com mais segurança, redução de acidentes e maior integração regional.
Mato Grosso como referência nacional em concessõesCom os novos contratos, Mato Grosso se consolida como um dos estados com maior extensão de rodovias concedidas à iniciativa privada no Brasil. A expectativa é que o modelo de gestão adotado atraia ainda mais investimentos e fortaleça a imagem do estado como referência em infraestrutura e logística para o agronegócio.
A concessão de rodovias, além de garantir recursos para obras de grande porte, libera o governo estadual para investir em novas frentes, ampliando a rede viária e consolidando Mato Grosso como um dos principais polos logísticos do país.