A colheita de algodão em Mato Grosso, maior estado produtor da fibra no Brasil, alcançou 76,66% da área cultivada na safra 2024/25, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Embora o avanço semanal tenha sido expressivo, de 21,14 pontos percentuais, o ritmo ainda está aquém do registrado na mesma época da safra anterior e abaixo da média histórica dos últimos cinco anos.
Ritmo de colheita mais lento em 2024/25Comparando com o mesmo período de 2024, quando 86,77% da área já havia sido colhida, observa-se um atraso de 10,11 pontos percentuais. O levantamento do Imea também mostra que o desempenho atual não atinge os patamares médios das últimas cinco safras, sinalizando uma temporada marcada por desafios no campo.
Esse atraso pode trazer impactos diretos tanto na logística quanto na comercialização, já que o algodão é uma das principais commodities do agronegócio brasileiro, com forte demanda no mercado interno e externo. Mato Grosso, sozinho, responde por mais de 70% da produção nacional da pluma, sendo um dos maiores polos produtores do mundo.
Fatores que influenciam o atraso da safraO ritmo mais lento da colheita do algodão em Mato Grosso pode estar relacionado a uma combinação de fatores climáticos e operacionais. Chuvas fora de época, registradas em algumas regiões do estado, podem ter dificultado o avanço das máquinas em campo. Além disso, a alta demanda por colheitadeiras no período de sobreposição entre soja, milho e algodão também costuma influenciar a velocidade do processo.
Outro ponto relevante é que os produtores, em muitos casos, optam por priorizar a colheita de grãos devido ao risco maior de perdas por umidade, deixando o algodão para etapas posteriores. Isso contribui para o atraso em relação à média histórica, mas também pode ser uma estratégia de manejo adotada em anos com condições climáticas instáveis.
Consequências para o mercado do algodãoCom a colheita mais lenta, o abastecimento imediato do mercado pode sofrer pequenos ajustes. Embora não haja expectativa de grandes impactos na oferta final, já que a área plantada foi mantida em níveis elevados, o cronograma de exportações pode enfrentar alterações.
O Brasil é o segundo maior exportador mundial de algodão, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, e Mato Grosso é peça-chave nesse cenário. Qualquer atraso no escoamento pode gerar reflexos nas negociações internacionais, especialmente em países como China, Vietnã e Turquia, grandes compradores da pluma brasileira.
Além disso, a diferença no ritmo da colheita também pode influenciar os preços internos. Com menor disponibilidade imediata, há espaço para alguma sustentação nas cotações no curto prazo. Entretanto, a expectativa é que, com o avanço da colheita nas próximas semanas, o mercado volte a se equilibrar.
Expectativas para a reta final da colheitaMesmo com o atraso registrado até agora, o setor segue otimista quanto à conclusão da safra 2024/25 em Mato Grosso. O clima mais estável observado em agosto deve favorecer a aceleração do ritmo de colheita, permitindo que os números se aproximem da média histórica até o fechamento dos trabalhos de campo.
De acordo com analistas do Imea, a tendência é que a colheita ganhe ritmo nos próximos dias, reduzindo a defasagem em relação ao ciclo anterior. Ainda assim, a comparação com o desempenho de 2024 reforça a necessidade de atenção por parte dos produtores e do mercado, principalmente no que diz respeito ao planejamento logístico para exportação.
Importância do algodão para a economia mato-grossenseA cadeia do algodão é estratégica para Mato Grosso e para o Brasil. Além da exportação da pluma, o estado também se destaca na produção de caroço de algodão, subproduto utilizado para ração animal e para a extração de óleo. O setor movimenta milhares de empregos diretos e indiretos, fortalecendo o agronegócio brasileiro.
Mesmo com os desafios de 2024/25, o estado segue consolidado como líder nacional no cultivo da fibra. A cada safra, avanços tecnológicos, mecanização e boas práticas de manejo contribuem para manter Mato Grosso na vanguarda do setor.
A colheita do algodão em Mato Grosso, que já alcança 76,66% da área cultivada na safra 2024/25, avança em ritmo firme, mas ainda distante do registrado no mesmo período do ano passado e da média histórica. O atraso de mais de 10 pontos percentuais em relação a 2024 reforça a influência das condições climáticas e dos desafios operacionais enfrentados pelos produtores.
Apesar disso, a expectativa é positiva para a reta final, com o clima favorecendo a aceleração dos trabalhos. O mercado, por sua vez, segue atento aos impactos temporários desse atraso, principalmente no cronograma de exportações e nas cotações internas.
Com o protagonismo de Mato Grosso, a colheita do algodão segue como um dos principais indicadores do desempenho do agronegócio brasileiro em 2024/25.