A safra de milho 2024/25 no Brasil ganhou novo fôlego com a revisão para cima na estimativa de produção nacional. O volume total previsto agora é de 136,3 milhões de toneladas, o que representa um aumento expressivo em relação à projeção anterior, que apontava para 130,6 milhões de toneladas.

Esse crescimento é impulsionado principalmente pela excelente performance da segunda safra, conhecida como safrinha, que deve atingir 108,9 milhões de toneladas, um novo patamar histórico para o país. A produtividade acima da média, registrada em estados como Mato Grosso, Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul, foi determinante para o ajuste nas estimativas.

Safrinha se destaca como protagonista da produção nacional

A segunda safra de milho tem ganhado cada vez mais relevância dentro do calendário agrícola brasileiro. Plantada após a colheita da soja, a safrinha representa atualmente quase 80% da produção nacional do grão. No ciclo atual, o rendimento médio das lavouras tem surpreendido positivamente, superando expectativas iniciais mesmo diante de um cenário de desafios climáticos durante o início do plantio.

Os fatores que contribuíram para esse desempenho são diversos:

  • Condições climáticas favoráveis no período de desenvolvimento vegetativo do milho;

  • Uso de cultivares mais resistentes e produtivos;

  • Técnicas de manejo aprimoradas e maior eficiência operacional;

  • Expansão da área plantada com milho de segunda safra em regiões de alta aptidão agrícola.

Essas variáveis, somadas, reforçam a importância da safrinha como motor do agronegócio brasileiro, especialmente em estados do Centro-Oeste e Sul.

Colheita avança, mas ainda abaixo da média histórica

A colheita do milho segunda safra no Centro-Sul do Brasil avançou significativamente nos últimos dias e já alcança cerca de 55% da área cultivada, contra 40% na semana anterior. No entanto, o ritmo ainda segue abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, quando 82% da área já havia sido colhida.

Esse atraso está ligado ao plantio mais tardio, motivado pelo prolongamento da colheita da soja e pelas chuvas irregulares no início da temporada. Apesar disso, as condições climáticas atuais têm favorecido o progresso das máquinas no campo, e a expectativa é que os trabalhos sejam concluídos com bons resultados nas próximas semanas.

Brasil mantém posição de destaque no mercado global do milho

Com a projeção de 136,3 milhões de toneladas, o Brasil se consolida entre os maiores produtores e exportadores de milho do mundo, ao lado dos Estados Unidos e da China. O país vem se destacando como um fornecedor confiável para grandes compradores internacionais, como China, Japão, União Europeia e países do Oriente Médio.

Além da exportação, o milho desempenha papel fundamental no abastecimento interno, sendo insumo essencial para a produção de ração animal, biocombustíveis (como o etanol de milho), alimentos processados e outros derivados.

A diversificação de destinos de exportação, aliada ao câmbio favorável e à demanda crescente por proteínas animais no mercado global, garante boa liquidez e rentabilidade ao produtor rural, mesmo em um cenário de maior oferta.

Perspectivas e planejamento para a próxima safra

O cenário positivo da safra atual traz efeitos diretos no planejamento da safra 2025/26. Produtores já começam a considerar a expansão de áreas destinadas ao milho, além de novos investimentos em infraestrutura de armazenagem, aquisição de máquinas e tecnologias agrícolas, como agricultura de precisão e monitoramento climático.

Ao mesmo tempo, os números reforçam a necessidade de planejamento logístico eficiente, uma vez que o volume expressivo da colheita exigirá atenção redobrada ao escoamento da produção, principalmente em regiões com gargalos de transporte e armazenagem.

A revisão da safra de milho 2024/25 para 136,3 milhões de toneladas representa mais do que um número positivo, é a confirmação do protagonismo do Brasil na produção global de grãos. O desempenho impressionante da segunda safra, com produtividade recorde e ampla cobertura geográfica, mostra a capacidade do produtor rural brasileiro de se reinventar, inovar e superar desafios.

Com a colheita em pleno andamento e a janela de exportação se aproximando, o milho brasileiro volta a ser peça-chave para o equilíbrio dos mercados e para a sustentabilidade econômica do campo, consolidando o Brasil como um dos pilares do abastecimento alimentar e energético mundial.