Com Fertilizantes Mais Baratos, Custo da Soja em Mato Grosso Cai e Produtor Ganha Fôlego para a Próxima Safra

O custo de produção da soja em Mato Grosso para a safra 2025/26 registrou uma leve queda no mês de maio, trazendo um alívio parcial para os produtores rurais que enfrentam margens de lucro cada vez mais apertadas. Segundo o boletim informativo divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o custeio por hectare foi estimado em R$ 4.136,97, representando uma retração de 0,19% em relação ao mês anterior.

Essa redução é reflexo principalmente da queda nos preços de dois dos principais componentes da estrutura de custos da cultura da soja: os fertilizantes e corretivos, que tiveram redução de 0,29%, e os defensivos agrícolas, com queda de 0,17%. Juntos, esses dois grupos de insumos representam a maior fatia dos gastos no processo de produção e são decisivos para o planejamento financeiro dos produtores.

Além da diminuição nos custos nominais, a relação de troca dos insumos – especialmente via operações de barter, também apresentou mudanças significativas. Essa modalidade de negociação, em que o produtor troca parte da produção futura por insumos agrícolas, continua sendo uma estratégia fundamental para a gestão de riscos e custos.

No caso do fertilizante Super Simples (SSP), o produtor de Mato Grosso precisou entregar 24,01 sacas de soja para adquirir uma tonelada do produto, o que representa uma queda de 15,32% em relação ao mês de abril. Essa melhoria na relação de troca é resultado direto da desvalorização de 13,80% no preço do SSP no período analisado.

Por outro lado, o fosfato mais concentrado, o MAP (Monoamônio Fosfato), apresentou um movimento oposto. Houve um aumento de 10,30% na relação de troca, passando a exigir 42,51 sacas de soja por tonelada. A valorização de 12,28% no preço do MAP foi o principal fator que pressionou esse índice. Diante desse cenário, o Imea destaca que, no momento, a aquisição do fosfato simples (SSP) se mostra mais vantajosa do que a do fosfato concentrado (MAP), considerando a atual relação de custo-benefício.

Em um ambiente de forte volatilidade nos preços internacionais de commodities e insumos, os produtores mato-grossenses vêm adotando estratégias cada vez mais criteriosas para reduzir despesas e proteger sua rentabilidade.

Entre essas estratégias, a compra antecipada de insumos tem sido uma prática recorrente. Essa medida permite aos agricultores travar preços mais favoráveis antes de eventuais altas no mercado, além de facilitar o planejamento logístico da propriedade.

Outro recurso amplamente utilizado é o barter, que oferece segurança contra variações de preços tanto da soja quanto dos insumos. O sistema de troca permite ao produtor garantir os insumos necessários para a safra, negociando diretamente com as tradings ou revendas agrícolas, e pagando com parte da produção futura.

Mesmo com a leve queda nos custos de produção da soja em Mato Grosso, o setor ainda enfrenta grandes desafios. A combinação de margens apertadas, oscilação cambial e incertezas quanto ao mercado internacional exige atenção redobrada no momento de tomar decisões sobre compras e investimentos.

A expectativa dos analistas do Imea é que os produtores sigam atentos às oportunidades de mercado para garantir os melhores preços nos próximos meses, principalmente no que diz respeito à aquisição de insumos essenciais para o cultivo.

A tendência, segundo o instituto, é de que o cenário de volatilidade continue influenciando as negociações, exigindo do produtor rural uma gestão cada vez mais eficiente dos custos de produção da soja.