O agronegócio brasileiro comemora mais uma conquista internacional com a abertura do mercado peruano para a exportação de óleo de aves destinado à alimentação animal. O anúncio foi feito nesta semana pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), após a conclusão das negociações entre os governos do Brasil e do Peru.

O Peru, país vizinho com aproximadamente 34 milhões de habitantes, tem demonstrado crescente interesse por produtos agropecuários brasileiros, especialmente aqueles voltados à nutrição animal. A abertura para o óleo de aves representa uma nova frente de exportação para o Brasil, que já possui forte presença no mercado peruano com itens como carne de frango, óleo de soja, café, cereais e produtos florestais.

De acordo com dados oficiais, somente em 2024, o Brasil exportou mais de US$ 755 milhões em produtos agropecuários para o Peru, consolidando o país como um parceiro estratégico na América do Sul. A demanda por insumos agropecuários no Peru tem crescido, impulsionada por sua pecuária em expansão, que exige ingredientes de qualidade para rações e suplementos nutricionais.

Óleo de aves: novo impulso à exportação brasileira

O óleo de aves, subproduto do abate de frangos e outras aves, é amplamente utilizado como fonte de energia em rações para animais. Rico em lipídios, o produto se destaca por seu alto valor nutricional, além de representar uma alternativa sustentável no aproveitamento de resíduos da indústria avícola.

Com a abertura do mercado peruano, o Brasil fortalece ainda mais sua posição como líder global no fornecimento de insumos para nutrição animal. A medida também beneficia diretamente a indústria avícola nacional, que ganha novos canais de escoamento para seus derivados.

Segundo nota divulgada pelo Mapa, essa conquista é parte de um esforço contínuo do governo brasileiro para ampliar os mercados internacionais do agronegócio. Desde o início de 2023, o Brasil já acumula 349 novas oportunidades de exportação, sendo essa a 49ª abertura de mercado somente em 2025.

Crescimento do agronegócio e diversificação de mercados

O anúncio da abertura para o óleo de aves vem em um momento de crescente diversificação do comércio exterior agrícola brasileiro. Em meio a um cenário internacional desafiador, marcado por variações nos preços de commodities e disputas comerciais, o Brasil tem buscado ampliar sua presença em mercados emergentes, como é o caso do Peru.

Além da relevância econômica, a exportação de óleo de aves também carrega um impacto ambiental positivo, ao promover o aproveitamento integral dos animais abatidos e reduzir o desperdício na cadeia produtiva. Essa abordagem vai ao encontro das exigências de sustentabilidade cada vez mais presentes no comércio internacional de alimentos e insumos agropecuários.

Peru: parceiro estratégico na América do Sul

O Peru se destaca como um dos principais destinos sul-americanos para os produtos do agronegócio brasileiro. Sua economia, embora menor que a de outros vizinhos como Argentina e Chile, tem apresentado estabilidade e crescimento em setores como mineração, agricultura e pecuária.

Com uma população que ultrapassa os 34 milhões de habitantes e uma geografia marcada por regiões costeiras, montanhosas e amazônicas, o país demanda uma ampla variedade de alimentos e insumos agrícolas. O aumento da produção de gado e aves no território peruano impulsiona a necessidade de ingredientes como o óleo de aves, que contribui para a formulação de rações balanceadas e de alto desempenho.

Perspectivas para o futuro

A expectativa é que, com o início das exportações de óleo de aves, o volume comercializado entre os dois países cresça ainda mais nos próximos anos. Para os produtores brasileiros, a abertura representa não apenas um ganho econômico, mas também o fortalecimento da imagem do país como fornecedor confiável de produtos agropecuários de qualidade.

O Ministério da Agricultura e Pecuária reforça que continuará atuando em conjunto com o setor produtivo e as autoridades sanitárias internacionais para garantir o acesso a novos mercados e manter a competitividade do Brasil no cenário global.

Com a nova autorização, o Brasil reafirma sua vocação como potência agroexportadora e seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, a inovação e a segurança alimentar mundial.