A valorização do boi gordo tem sido uma realidade em diversas regiões do Brasil, impulsionada pela redução na oferta de boiadas e pela expectativa de preços mais elevados. Em São Paulo e outros estados, a menor disponibilidade de animais para abate tem pressionado os frigoríficos a reajustar os valores da arroba, favorecendo os pecuaristas.

De acordo com o informativo Tem Boi na Linha, da Scot Consultoria, os preços do boi gordo registraram alta de R$ 1,00/@ no estado paulista, enquanto a vaca gorda subiu R$ 2,00/@. Já a cotação da novilha manteve-se estável. Apesar da valorização, as escalas de abate em São Paulo continuam, em média, para oito dias, demonstrando um equilíbrio entre oferta e demanda no curto prazo.

Fatores que impulsionam a alta do boi gordo

Um dos principais fatores para a recente valorização do boi gordo é a oferta reduzida de animais prontos para o abate. No Norte de Mato Grosso, por exemplo, as chuvas intensas dificultaram a logística de transporte de bovinos, reduzindo a disponibilidade de gado para os frigoríficos. Com isso, os preços de todas as categorias de animais na região subiram R$ 3,00/@. As escalas de abate nesse mercado estão, em média, para seis dias, evidenciando a pressão da menor oferta sobre os valores da arroba.

Outro estado que registrou forte valorização foi Mato Grosso do Sul. Na região de Três Lagoas, a combinação entre menor oferta de boiadas, mercado interno com demanda razoável e exportação aquecida levou os compradores a pagar mais pela arroba do boi gordo. O reajuste foi de R$ 5,00/@, enquanto as fêmeas tiveram suas cotações mantidas. Assim como em Mato Grosso, as escalas de abate no estado giram em torno de seis dias.

No Norte do Tocantins, a valorização também foi observada. O preço do boi gordo aumentou R$ 3,00/@, enquanto a vaca e a novilha permaneceram com cotações estáveis. As escalas de abate nessa região atendem, em média, a sete dias, reforçando a tendência de oferta restrita e preços mais elevados.

Perspectivas para o mercado do boi gordo

A tendência de alta nos preços do boi gordo pode se manter no curto prazo, especialmente se a oferta de animais continuar limitada. Além disso, a demanda externa tem sido um fator relevante para a precificação da arroba, uma vez que o mercado de exportação segue aquecido, principalmente para a China, que mantém uma forte participação nas compras da carne brasileira.

Por outro lado, o consumo interno ainda apresenta certa estabilidade, sem grandes picos de demanda. Caso haja um crescimento mais expressivo do consumo doméstico, os preços podem ter um suporte adicional para novas altas.

Outro ponto de atenção para os pecuaristas e frigoríficos é o impacto climático. Regiões com chuvas excessivas podem enfrentar dificuldades logísticas, atrasando a entrega de gado e reduzindo a disponibilidade de animais para abate. Esse cenário pode sustentar a valorização da arroba até que a oferta se normalize.

O mercado do boi gordo está em um momento de valorização, impulsionado pela oferta reduzida e pela demanda externa aquecida. Estados como São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins registraram altas nos preços da arroba, refletindo os desafios enfrentados na logística e na disponibilidade de boiadas para abate.

A continuidade desse movimento dependerá da evolução da oferta e da demanda nas próximas semanas. Enquanto isso, os pecuaristas se beneficiam da valorização da arroba, enquanto os frigoríficos precisam ajustar suas estratégias para lidar com os custos crescentes da matéria-prima.