Brasil e Japão firmam acordo que garante exportação de frango e ampliam cooperação agrícola Certificação regionalizada permitirá manutenção das exportações mesmo em casos de gripe aviária isolados

O Brasil garantiu mais uma conquista no setor agropecuário com o fechamento de um acordo com o Japão para a exportação de carne de frango. A medida, anunciada após uma reunião entre o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e o ministro da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão, Taku Eto, estabelece um novo modelo de regionalização no Certificado Sanitário Internacional (CSI) para a influenza aviária. Com isso, eventuais restrições à exportação serão limitadas aos municípios onde forem detectados focos da doença, em vez de abranger um estado inteiro.

Brasil mantém liderança no mercado global de frango

A decisão é uma grande vitória para o Brasil, que é o maior exportador mundial de carne de frango, atendendo a cerca de 35% do mercado global. Com a regionalização da certificação sanitária, o impacto de surtos isolados de gripe aviária será reduzido, garantindo maior previsibilidade e segurança para os exportadores brasileiros.

O Japão é um dos principais compradores da carne de frango brasileira, e a nova regulamentação facilita a continuidade das exportações, fortalecendo a relação comercial entre os países. O acordo também atende a uma demanda do setor produtivo brasileiro, que busca minimizar impactos econômicos gerados por barreiras sanitárias aplicadas de forma ampla.

Expansão do mercado de carnes: Japão avalia importação de carne bovina brasileira

Além do avanço no setor de aves, a reunião entre os ministros também trouxe boas perspectivas para as exportações de carne bovina e suína. Especialistas japoneses em saúde animal visitarão o Brasil para avaliar o sistema sanitário, um passo fundamental para a abertura do mercado japonês à carne bovina brasileira. Atualmente, o Japão não importa carne bovina do Brasil devido a exigências sanitárias rigorosas, mas a visita técnica pode abrir caminho para a entrada do produto brasileiro no país asiático.

Outro ponto discutido foi a ampliação do acesso da carne suína brasileira ao mercado japonês. Atualmente, apenas o estado do Paraná tem permissão para exportar carne suína ao Japão. Com as negociações em andamento, há expectativa de que outras regiões possam ser habilitadas para esse comércio, ampliando as oportunidades para produtores brasileiros.

Cooperação para recuperação de pastagens e sustentabilidade

Além das questões sanitárias e comerciais, Brasil e Japão firmaram uma carta de intenções para fortalecer a cooperação no desenvolvimento sustentável da agropecuária. O documento estabelece parcerias para a recuperação de pastagens degradadas, em apoio ao Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD).

O acordo prevê o uso de solos e bioestimulantes fornecidos por parceiros público-privados dos dois países, com o objetivo de aumentar a produtividade sem a necessidade de desmatamento. “Com foco na recuperação de até 40 milhões de hectares de pastagens, nosso programa visa dobrar a produção sem precisar derrubar uma árvore sequer no Cerrado ou na floresta”, destacou o ministro Carlos Fávaro.

A iniciativa reforça o compromisso do Brasil com práticas agrícolas sustentáveis e pode atrair investimentos internacionais voltados para a recuperação ambiental e a produção responsável de alimentos.

Impacto positivo para o agronegócio brasileiro

O acordo firmado entre Brasil e Japão representa um avanço significativo para o setor agropecuário nacional. A regionalização do CSI para gripe aviária traz maior estabilidade às exportações de frango, enquanto as negociações para a entrada da carne bovina e a ampliação das exportações de carne suína podem abrir novas oportunidades comerciais.

Além disso, a parceria para recuperação de pastagens fortalece a imagem do Brasil como um país comprometido com a produção sustentável. Com essas medidas, o agronegócio brasileiro se consolida como um dos mais competitivos e resilientes do mundo, ampliando sua presença no mercado asiático e garantindo um futuro promissor para as exportações.