O agronegócio brasileiro iniciou 2025 com forte crescimento na geração de empregos formais, reforçando sua importância para a economia nacional. Em janeiro, o setor criou 35.754 novas vagas com carteira assinada, superando em mais do que o dobro a média histórica dos últimos 20 anos para o período, que é de 14.608 empregos. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O desempenho positivo reflete o avanço da produção agrícola no Brasil, impulsionado por safras estratégicas e pela crescente mecanização do campo, que demanda profissionais especializados. Além disso, fatores como exportações aquecidas e o fortalecimento da agroindústria também contribuem para o aumento da empregabilidade no setor.
Culturas que mais geraram empregos
A geração de empregos no agronegócio em janeiro foi puxada por atividades agrícolas de grande relevância para a economia. Entre os segmentos que mais contrataram, destacam-se:
• Cultivo de soja – 11.746 novas vagas
• Produção de maçã – 9.918 novas vagas
• Serviços de preparação de terreno, cultivo e colheita – 3.299 novas vagas
• Cultivo de uva – 3.067 novas vagas
• Produção de sementes certificadas (exceto forrageiras para pasto) – 1.107 novas vagas
A soja, principal commodity agrícola brasileira, teve papel fundamental na criação de empregos, impulsionada pela demanda externa e pela expansão da área plantada. Já a produção de maçã e uva refletiu o pico da colheita, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, onde essas culturas são mais expressivas.
Além disso, os serviços especializados no preparo do solo, cultivo e colheita ganharam relevância, evidenciando o avanço da terceirização no campo e a necessidade de mão de obra qualificada para operar máquinas agrícolas e otimizar a produção.
Regiões que mais contrataram
A geração de empregos no agronegócio variou conforme a dinâmica produtiva de cada região do Brasil. Sul e Centro-Oeste lideraram as contratações, enquanto o Nordeste apresentou saldo negativo. Confira os números por região:
• Sul: 17.496 novos postos de trabalho
• Centro-Oeste: 16.920 novos postos de trabalho
• Sudeste: 3.191 novos postos de trabalho
• Norte: 322 novos postos de trabalho
• Nordeste: saldo negativo de empregos
O Sul se destacou devido à safra de frutas como maçã e uva, além da colheita da soja no Paraná e no Rio Grande do Sul. No Centro-Oeste, o crescimento foi impulsionado pelo plantio e colheita da soja e do milho, culturas que demandam alta mão de obra em estados como Mato Grosso e Goiás.
Já o Sudeste teve desempenho positivo, mas menos expressivo, refletindo um agronegócio mais diversificado e com menor sazonalidade na contratação. O Norte, por sua vez, teve saldo modesto, uma vez que a produção agrícola na região está mais voltada para cultivos perenes, como cacau e açaí, que não exigem picos de contratações.
O Nordeste foi a única região com perda líquida de empregos no setor, possivelmente devido ao fim de safras temporárias e à seca que impactou algumas áreas produtivas.
Agronegócio segue como motor da economia e do emprego
Os dados reforçam o papel estratégico do agronegócio na geração de empregos e no desenvolvimento econômico do Brasil. O setor não apenas sustenta milhões de trabalhadores no campo, mas também movimenta cadeias produtivas inteiras, desde a produção de insumos até a exportação de commodities.
Com as previsões indicando uma safra recorde de grãos em 2025 e uma demanda crescente por produtos brasileiros no mercado internacional, a expectativa é de que a contratação no setor se mantenha em alta ao longo do ano.
O avanço da tecnologia e da mecanização no campo também abre novas oportunidades para profissionais qualificados, especialmente em áreas como gestão agrícola, operação de máquinas e logística. Assim, o agronegócio se consolida cada vez mais como um dos pilares do emprego formal no Brasil.