O mês de fevereiro encerrou com fortes valorizações nos preços do milho no Brasil, impulsionadas por fatores como o atraso no plantio da segunda safra e o aquecimento da demanda interna. Na contramão, o mercado internacional registrou quedas expressivas ao longo do mês, refletindo um cenário de maior oferta e exportações apenas razoáveis dos Estados Unidos.

Mercado brasileiro: altas expressivas em fevereiro

Na última sexta-feira (28), os preços futuros do milho na Bolsa Brasileira (B3) apresentaram leves quedas, mas encerraram o mês acumulando valorização significativa. As cotações oscilaram entre R$ 73,21 e R$ 86,65, consolidando um movimento de alta ao longo de fevereiro.

Os principais contratos fecharam o pregão com pequenas desvalorizações:
  • Março/25: R$ 86,65 (-0,12%)
  • Maio/25: R$ 82,44 (-0,25%)
  • Julho/25: R$ 73,65 (-0,69%)
  • Setembro/25: R$ 73,21 (-0,66%)

No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro registraram desempenhos mistos. Enquanto os vencimentos de março e maio subiram 1,82% e 2,84%, respectivamente, os contratos de julho e setembro apresentaram leves quedas, de 0,74% e 0,73%.

Já no acumulado do mês de fevereiro, as valorizações foram expressivas:
  • Março/25: +14,77%
  • Maio/25: +9,60%
  • Julho/25: +3,66%
  • Setembro/25: +3,11%

Além do mercado futuro, o preço da saca de milho também subiu no mercado físico brasileiro, com altas registradas em diversas praças importantes, como Nonoai/RS, Ubiratã/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Sorriso/MT, Eldorado/MS, Itapetininga/SP e Campinas/SP.

A tendência de valorização foi influenciada pelo atraso na semeadura da segunda safra, devido a condições climáticas adversas, e pelo aumento da demanda interna. Agora, o foco do mercado passa a ser o desenvolvimento das lavouras e possíveis impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos a seus principais compradores de milho, o que pode abrir mais oportunidades para as exportações brasileiras.

Mercado internacional: pressão negativa e quedas generalizadas

Enquanto o Brasil registrou um mês positivo para as cotações do milho, o mercado internacional teve um desempenho oposto. Os preços futuros do cereal encerraram fevereiro em queda na Bolsa de Chicago (CBOT), pressionados por diversos fatores, como a melhora das condições das lavouras de trigo, a volta das chuvas na Argentina, exportações norte-americanas abaixo do esperado e a previsão de aumento da área plantada nos Estados Unidos para a próxima safra.

Na última sexta-feira, os contratos fecharam em baixa:
  • Março/25: US$ 4,53 (-11,25 pontos)
  • Maio/25: US$ 4,69 (-11,50 pontos)
  • Julho/25: US$ 4,75 (-11,00 pontos)
  • Setembro/25: US$ 4,50 (-9,50 pontos)

No acumulado semanal, as quedas foram ainda mais intensas, com desvalorizações de 7,68% para março/25, 7,23% para maio/25, 6,62% para julho/25 e 5,71% para setembro/25.

Já no fechamento do mês de fevereiro, os contratos também registraram baixas significativas:
  • Março/25: -5,91%
  • Maio/25: -4,97%
  • Julho/25: -4,08%
  • Setembro/25: -2,12%

Esses números refletem um mercado internacional em tendência de baixa, impulsionada por expectativas de maior produção nos EUA e menor competitividade das exportações americanas frente a outros fornecedores globais.

Perspectivas para o mercado de milho

Para os próximos meses, o mercado brasileiro deve acompanhar atentamente as condições climáticas que podem afetar a produtividade da segunda safra, além de monitorar as movimentações internacionais que podem influenciar a demanda pelo milho brasileiro.

Já no cenário externo, o foco está no plantio da nova safra dos Estados Unidos e nas estratégias comerciais do país diante das tarifas impostas a seus principais compradores, o que pode alterar o fluxo global do cereal.

Dessa forma, os preços do milho seguem em um cenário volátil, com fatores internos e externos moldando a trajetória das cotações nos próximos meses.