A colheita da safra de soja 2024/25 no Brasil atingiu 23% da área estimada até a última quinta-feira (13), de acordo com levantamento da consultoria AgRural divulgado nesta segunda-feira (17). O ritmo dos trabalhos no campo acelerou em relação à semana anterior, quando 15% da área havia sido colhida, mas ainda segue abaixo dos 32% registrados no mesmo período do ano passado.

O principal fator que tem preocupado os produtores é o calor intenso no Rio Grande do Sul, que pode comprometer o rendimento das lavouras que ainda estão na fase de enchimento de grãos. Segundo a AgRural, a expectativa é de que as chuvas previstas para os próximos dias se confirmem, ajudando a minimizar possíveis perdas de produtividade.

Ritmo da colheita e desafios climáticos

O avanço da colheita foi impulsionado pelas condições favoráveis em estados como Mato Grosso e Paraná, principais produtores do país. No entanto, no Rio Grande do Sul, o cenário é diferente. As altas temperaturas têm pressionado as lavouras e trazem um alerta para possíveis reduções no potencial produtivo.

“O calor intenso impôs um desafio extra às lavouras gaúchas. Como a maioria das áreas ainda está na fase de definição do potencial produtivo, é essencial que as chuvas previstas se confirmem para evitar prejuízos maiores”, destacou a consultoria.

Apesar das preocupações climáticas, a colheita segue dentro de um ritmo considerado adequado para o período, ainda que abaixo do registrado no ciclo anterior.

Plantio da segunda safra de milho chega a 36% no Centro-Sul

Além da soja, o plantio da segunda safra de milho no Centro-Sul do Brasil também avançou na última semana. Segundo a AgRural, 36% da área estimada já foi semeada, um avanço significativo em relação aos 20% registrados na semana anterior. No entanto, o ritmo ainda está bem abaixo dos 59% observados no mesmo período do ano passado.

Nos estados de Mato Grosso e Goiás, onde o plantio está atrasado, os produtores tentam avançar dentro da janela ideal para evitar perdas futuras. Já em estados que vinham em um ritmo mais acelerado, como Paraná e Mato Grosso do Sul, as altas temperaturas e a falta de umidade no solo limitaram um pouco o avanço das operações.

“A previsão de chuva nos próximos dias ajudou a manter a calma dos produtores, que seguem atentos para evitar plantios tardios que possam comprometer a produtividade”, informou a consultoria.

Perspectivas para a safra

Com a colheita da soja e o plantio do milho avançando, o cenário para a safra 2024/25 ainda é desafiador. O Brasil, maior produtor e exportador mundial de soja, depende das condições climáticas nas próximas semanas para garantir uma produção robusta.

O Rio Grande do Sul continua sendo um ponto de atenção devido ao impacto das altas temperaturas. Se as chuvas previstas se confirmarem, as perdas podem ser mitigadas. No caso do milho, a regularidade das chuvas será essencial para que os produtores consigam concluir o plantio dentro da melhor janela climática.

Diante desse cenário, o mercado segue acompanhando de perto o desenvolvimento das lavouras e os impactos climáticos, que podem influenciar diretamente a oferta e os preços dos grãos nos próximos meses.