O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) revelou um levantamento em 2023 com as 100 cidades mais ricas do Brasil no setor do agronegócio. Esses municípios, espalhados por 14 estados, foram responsáveis por uma produção agrícola avaliada em R$ 260 bilhões, o que representa uma fatia significativa dos R$ 814,5 bilhões produzidos no país no mesmo ano. Entre as cidades no topo do ranking, destacam-se Sorriso (MT), São Desidério (BA) e Sapezal (MT), reforçando a importância do Centro-Oeste e do Nordeste no cenário agropecuário nacional.

Produção Agrícola em Expansão

As cidades incluídas no levantamento estão situadas em estados estrategicamente importantes para o agronegócio brasileiro: Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins. Juntas, elas somam 33,1 milhões de hectares de área colhida, representando 34,5% da área total de hectares do Brasil, que chegou a 95,8 milhões em 2023.

A liderança é de Sorriso, no Mato Grosso, um município que já se consolidou como um dos maiores produtores de soja do país, seguido por São Desidério, na Bahia, e Sapezal, também no Mato Grosso. Essas três cidades têm uma participação expressiva na produção nacional de grãos, que inclui soja, milho e cana-de-açúcar, os principais produtos que sustentam a economia agropecuária brasileira.

Produtos de Destaque: Soja, Milho e Cana-de-Açúcar

O levantamento também destacou os principais produtos que impulsionam o agronegócio brasileiro. A soja continua sendo o carro-chefe, somando R$ 348,6 bilhões do valor total da produção agrícola do país. Em segundo lugar, o milho, com R$ 101,8 bilhões, e, em terceiro, a cana-de-açúcar, que somou R$ 101,9 bilhões em 2023.

A soja é cultivada em praticamente todos os estados que integram a lista das cidades mais ricas do agronegócio, com destaque para Mato Grosso, Goiás e Bahia, regiões que concentram grande parte da área plantada. O milho, por sua vez, vem ganhando cada vez mais espaço, especialmente como cultura de segunda safra, ou “safrinha”, impulsionada pelo aumento da demanda tanto no mercado interno quanto nas exportações. A cana-de-açúcar, apesar de seu cultivo ser predominante em estados como São Paulo e Minas Gerais, também é uma cultura relevante para outras regiões do Brasil.

Importância do Centro-Oeste e do Nordeste

O Centro-Oeste continua sendo o grande celeiro do Brasil, com cidades como Sorriso, Campo Novo do Parecis e Nova Mutum, todas no Mato Grosso, desempenhando papéis de liderança na produção nacional de grãos. Esse estado, sozinho, abriga 35% das cidades que compõem o ranking das 100 mais ricas, reafirmando sua posição como potência agrícola no país.

Além do Centro-Oeste, o Nordeste também apresentou um desempenho significativo no ranking. A Bahia é um exemplo, com São Desidério e Formosa do Rio Preto figurando entre os principais municípios. A região tem ganhado destaque pela expansão da fronteira agrícola, especialmente com a produção de soja e algodão no oeste baiano.

Outros Destaques Regionais

O Sudeste e o Sul do país também possuem municípios no ranking. Em Goiás, por exemplo, cidades como Rio Verde e Jataí se destacaram pela produção diversificada de grãos, pecuária e produção de etanol. No Sul, o Rio Grande do Sul continua sendo um dos principais estados produtores, com o agronegócio focado em culturas como arroz, milho, soja e uva.

Perspectivas para o Futuro

O agronegócio brasileiro segue sendo uma força motriz para a economia do país. O aumento da demanda global por alimentos, o crescimento das exportações e a tecnologia aplicada ao campo indicam que a tendência é de continuidade no crescimento da produção agrícola, especialmente em áreas como o Centro-Oeste e o Nordeste, que têm mostrado grande capacidade de expansão.

A soja deve continuar como o principal produto agrícola brasileiro nos próximos anos, sustentada pela forte demanda internacional, especialmente da China. Da mesma forma, o milho e a cana-de-açúcar permanecem como culturas estratégicas tanto para o mercado de alimentos quanto para a produção de biocombustíveis, como o etanol.

O levantamento divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária reforça a importância das cidades mais ricas do agronegócio para a economia nacional. Com uma produção agrícola de R$ 260 bilhões, essas 100 cidades são responsáveis por mais de um terço da área colhida no país, contribuindo de maneira decisiva para o abastecimento de alimentos e para o fortalecimento das exportações brasileiras.

À medida que novas tecnologias e práticas sustentáveis continuam a ser implementadas no setor, é provável que essas cidades mantenham seu protagonismo no agronegócio, garantindo a competitividade do Brasil no mercado global de alimentos e matérias-primas.