O Brasil alcançou em setembro o segundo melhor resultado de exportação de carne suína de sua história, com 120,4 mil toneladas embarcadas, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Esse volume representa um aumento de 7,3% em comparação ao mesmo período de 2023 e reforça a posição do país como um dos maiores exportadores globais desse produto. O recorde anterior havia sido registrado em julho de 2024, quando foram exportadas 138,3 mil toneladas.

Além do aumento em volume, as exportações de setembro também tiveram um crescimento significativo em receita, somando US$ 283,7 milhões, o que representa uma alta de 15,9% em relação aos US$ 244,7 milhões alcançados no mesmo mês de 2023. Esses resultados indicam um forte desempenho do setor de proteína animal no mercado externo, impulsionado pela alta na demanda global e pelo aumento do preço médio do produto exportado.

Desempenho no Acumulado do Ano

No acumulado de janeiro a setembro de 2024, o Brasil exportou 990,7 mil toneladas de carne suína, um aumento de 7,7% em comparação ao mesmo período de 2023. Em termos de receita, o setor registrou um crescimento mais modesto de 0,4%, atingindo US$ 2,169 bilhões nos nove primeiros meses deste ano.

Segundo Ricardo Santin, presidente da ABPA, o aumento do preço médio das exportações tem sido um fator importante para a elevação das receitas. “O preço médio da carne suína exportada tem registrado altas consecutivas ao longo do ano, o que gerou um impacto positivo nas receitas dos embarques. O fluxo de exportações deve continuar positivo até o final de 2024, com perspectivas de crescimento nas vendas totais do ano”, afirmou Santin.

Principais Destinos da Carne Suína Brasileira

Um dos fatores que impulsionou as exportações em setembro foi o aumento expressivo nas vendas para as Filipinas, que se consolidaram como o principal destino da carne suína brasileira. O país importou 28,2 mil toneladas, volume 120,4% superior ao registrado em setembro de 2023.

Apesar da queda nas exportações para a China, que comprou 16,7 mil toneladas (-40,7%), o mercado brasileiro conseguiu compensar com o aumento das vendas para outros países. O Chile, por exemplo, importou 9,7 mil toneladas, um crescimento de 50,4%, enquanto o Japão adquiriu 8,6 mil toneladas, alta de 84,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Já Hong Kong apresentou uma redução de 34,1%, com 8,7 mil toneladas importadas.

Esses números refletem uma reconfiguração no panorama global de exportação de carne suína, com a diversificação dos destinos e o fortalecimento de mercados emergentes. Além das Filipinas, países da América Latina, como Chile, México e Argentina, têm aumentado sua demanda por carne suína brasileira, o que contribui para a expansão do setor.

Santa Catarina Lidera as Exportações

Santa Catarina mantém sua posição como o principal estado exportador de carne suína do Brasil, com 62 mil toneladas exportadas em setembro, um aumento de 8,5% em relação ao mesmo mês de 2023. O estado, conhecido pela sua forte indústria agropecuária, tem sido o principal motor das exportações brasileiras de proteína animal.

Outros estados que se destacaram nas exportações de setembro incluem o Rio Grande do Sul, que enviou 25,6 mil toneladas ao exterior, embora tenha registrado uma queda de 7,1% em comparação a 2023. O Paraná exportou 18,6 mil toneladas, um crescimento de 8,1%, enquanto Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também apresentaram aumentos, com 3,2 mil toneladas (+12,6%) e 2,6 mil toneladas (+11,9%), respectivamente.

De acordo com Ricardo Santin, as variações nos volumes exportados por estado refletem uma reconfiguração no mapa dos embarques de carne suína do Brasil. “Há fortes oscilações nos movimentos de importações por destino, o que comprova a reconfiguração do mercado global de carne suína. Países como as Filipinas e o Japão estão demandando cada vez mais produtos com alto valor agregado, o que abre novas oportunidades para o setor”, explicou.

Perspectivas para o Setor

O crescimento nas exportações de carne suína em 2024 reflete a capacidade do Brasil de atender à demanda internacional com eficiência e qualidade. A diversificação dos destinos e o aumento no preço médio do produto exportado reforçam o posicionamento estratégico do país no mercado global de proteínas.

Com a expectativa de que o fluxo de exportações continue positivo até o final do ano, o Brasil pode alcançar novos recordes em volume e receita, consolidando-se ainda mais como um dos principais players no mercado de carne suína. O cenário promissor é impulsionado, sobretudo, pela crescente demanda de países asiáticos e latino-americanos, além da expansão para mercados exigentes como o japonês, que busca produtos de maior valor agregado.

Os resultados expressivos das exportações de carne suína em setembro mostram a força do setor brasileiro no mercado global. Com a contínua alta nas exportações e o aumento no valor agregado dos produtos, o Brasil se posiciona como um fornecedor essencial de proteína animal. As perspectivas para o futuro são otimistas, com crescimento projetado tanto em volume quanto em receita, à medida que o país amplia sua presença em mercados estratégicos.