A inclusão dos peixes de cultivo na lista de carnes da cesta básica nacional com alíquota zero na Reforma Tributária é um tema que vem ganhando destaque no Congresso Federal. A proposta visa não apenas beneficiar a população de baixa renda das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, mas também promover a saúde nutricional de milhões de brasileiros. Neste artigo, discutimos os principais motivos pelos quais os peixes de cultivo devem ser isentos de tributos, abordando aspectos econômicos, nutricionais e sociais dessa decisão.

A Importância dos Peixes de Cultivo

Os peixes nativos como tambaqui, pirarucu e outras espécies representam a principal fonte de proteína animal para muitas comunidades brasileiras. No Norte, Nordeste e Centro-Oeste, esses peixes são consumidos principalmente pelas famílias de baixa renda, enquanto no Sul e Sudeste, a tilápia tem se tornado cada vez mais popular. No Nordeste, a tilápia é facilmente encontrada no varejo e consumida por diversas classes sociais, especialmente pelas classes C, D e E.

Além de serem criados em todo o país, os peixes de cultivo são ricos em nutrientes essenciais como ômega 3, proteínas, minerais e vitaminas do complexo B. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), o consumo mínimo recomendado de peixes é de 12 kg por pessoa ao ano. No Brasil, o consumo per capita é de aproximadamente 10 kg, incluindo todas as espécies de peixes.

Benefícios Nutricionais dos Peixes de Cultivo

Os peixes de cultivo oferecem uma vasta gama de benefícios nutricionais. O ômega 3, por exemplo, é crucial para a saúde cardiovascular e cerebral. As proteínas presentes nos peixes são de alta qualidade, ajudando na construção e reparação dos tecidos corporais. Minerais como o cálcio e o fósforo são essenciais para a saúde óssea, enquanto as vitaminas do complexo B desempenham um papel fundamental no metabolismo energético.

A inclusão desses peixes na cesta básica não apenas garantiria uma alimentação mais equilibrada e nutritiva para a população, mas também ajudaria a atender às recomendações da FAO. Ao invés de penalizar o consumo de peixes através da tributação, a Reforma Tributária deve criar condições para o aumento do consumo desses alimentos altamente nutritivos.

Impacto Econômico e Social

A piscicultura é uma atividade vital para a sobrevivência de milhões de brasileiros. Considerando toda a cadeia produtiva, cerca de 4 milhões de pessoas dependem dessa atividade para sua subsistência. A tributação dos peixes de cultivo não apenas encareceria um alimento essencial, mas também prejudicaria economicamente essas famílias.

Além disso, a piscicultura tem um papel significativo na economia local e nacional. A produção e comercialização de peixes geram empregos e renda para muitas comunidades, especialmente nas regiões menos desenvolvidas. Tributar esses produtos poderia levar ao fechamento de pequenas propriedades e negócios, agravando a situação econômica de muitas famílias.

A inclusão dos peixes de cultivo na lista de carnes da cesta básica nacional com alíquota zero é uma medida necessária e urgente. Os benefícios nutricionais e econômicos são claros, e a isenção tributária ajudaria a garantir que esses alimentos continuem acessíveis para a população de baixa renda. Além disso, a medida promoveria um consumo mais saudável, alinhado com as recomendações da FAO, e contribuiria para a sustentabilidade da piscicultura como atividade econômica vital para milhões de brasileiros.

A Reforma Tributária precisa considerar o impacto das tributações na saúde e na economia das famílias brasileiras. Isentar os peixes de cultivo é um passo crucial para assegurar que todos tenham acesso a alimentos de alta qualidade nutricional, garantindo uma dieta balanceada e promovendo a saúde pública. É essencial que os legisladores reconheçam a importância dessa medida e a implementem de forma eficaz, beneficiando a todos.

Com a inclusão dos peixes de cultivo na cesta básica nacional, o Brasil pode dar um passo significativo para melhorar a alimentação e a qualidade de vida de sua população, além de fortalecer uma cadeia produtiva que é essencial para milhões de brasileiros.