O setor cafeeiro brasileiro celebra um marco histórico em 2024, com o faturamento bruto das lavouras de café do país atingindo impressionantes R$ 64 bilhões. Este recorde abrange as duas principais espécies cultivadas no Brasil: Coffea arabica (café arábica) e Coffea canephora (café robusta+conilon). Essa estimativa, baseada nos preços médios recebidos pelos produtores nos primeiros cinco meses do ano, representa um crescimento significativo e coloca o Brasil em posição de destaque no cenário global do café.
Crescimento Expressivo no Valor Bruto da Produção
O valor bruto estimado para a produção de Coffea arabica em 2024 é de R$ 46,09 bilhões, representando cerca de 72% do total nacional. Por outro lado, a receita bruta da Coffea canephora foi calculada em R$ 17,88 bilhões, equivalendo a 28% do valor total. Comparado ao faturamento bruto total do ano-cafeeiro de 2023, que foi de R$ 49,67 bilhões, a previsão para 2024 indica um crescimento notável de 29%.
Este aumento substancial no faturamento é atribuído tanto ao incremento na estimativa da safra quanto à valorização dos preços do café nos mercados internos e externos. No caso específico do café arábica, a receita de 2023 foi de R$ 37,85 bilhões, e a previsão para 2024 representa um crescimento de 22%. Já a Coffea canephora, que registrou uma receita de R$ 11,82 bilhões em 2023, deve alcançar um crescimento expressivo de 51% em 2024.
Importância do Valor Bruto da Produção (VBP)
O Valor Bruto da Produção (VBP) é uma métrica essencial para a avaliação da performance econômica das lavouras de café no Brasil. Coordenado pelo Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café e pela Embrapa Café, este estudo baseia-se em dados da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura (Mapa) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O VBP é calculado mensalmente com base no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) e nos preços médios recebidos pelos produtores.
Para os cafés do Brasil, a referência utilizada são os preços médios do café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, e do café robusta tipo 6, peneira 13 acima, com 86 defeitos. Essas categorias de qualidade são fundamentais para a determinação dos valores econômicos e para a análise de mercado.
Desempenho por Região Geográfica
O Brasil é um dos maiores produtores de café do mundo, com cultivo espalhado por dezesseis estados nas cinco regiões geográficas do país. A Região Sudeste se destaca como a principal produtora, com um VBP estimado em R$ 54,31 bilhões, representando quase 85% do faturamento nacional. Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo são os estados líderes na produção de café nessa região.
Em segundo lugar, a Região Nordeste contribui com R$ 4,52 bilhões, equivalendo a 7,1% do faturamento total. A Bahia é o estado predominante na produção de café nesta região. A Região Norte ocupa a terceira posição com um faturamento de R$ 3,89 bilhões, correspondendo a 6% da receita nacional, impulsionada principalmente pelo estado do Pará.
A Região Sul, embora tradicionalmente conhecida pela produção de outros cultivos, aparece na quarta posição com uma receita estimada em R$ 757,99 milhões, ou 1,1% do total nacional. Por fim, a Região Centro-Oeste, com uma produção mais modesta, registra um faturamento de R$ 495,66 milhões, correspondendo a 0,8% do VBP dos Cafés do Brasil em 2024.
Perspectivas para o Futuro
O desempenho recorde do setor cafeeiro brasileiro em 2024 reflete não apenas a capacidade produtiva e a qualidade dos grãos nacionais, mas também a importância estratégica do café para a economia do país. Com o aumento da demanda global e a valorização dos preços, o Brasil consolida sua posição como líder mundial na produção de café, contribuindo significativamente para o desenvolvimento econômico das regiões produtoras e para o fortalecimento do agronegócio nacional.
A previsão de crescimento contínuo e a adaptação às novas exigências do mercado internacional indicam um futuro promissor para o setor. Investimentos em tecnologia, sustentabilidade e melhoria das práticas agrícolas serão fundamentais para manter o Brasil no topo do mercado global de café, garantindo qualidade, competitividade e crescimento econômico sustentável.
Com esses avanços, o Brasil não apenas celebra o recorde atual, mas também se prepara para desafios futuros, reforçando seu compromisso com a excelência na produção de café e com a sustentabilidade do setor