As condições climáticas adversas enfrentadas durante a primavera de 2023 no Rio Grande do Sul parecem ter tido um impacto significativo na produção de leite no estado. De acordo com um comunicado agrometeorológico do governo, o excesso de chuvas e o calor extremo resultaram em períodos de estresse térmico para os animais, possivelmente reduzindo sua produção.
Especificamente em Porto Vera Cruz, no Vale do Uruguai, a situação atingiu níveis preocupantes, com uma queda acentuada na produção de leite entre as vacas que normalmente produzem entre 25 kg/dia e 40 kg/dia. A redução média estimada variou de 3,2 kg/dia a 5,5 kg/dia, entre outubro e novembro, respectivamente.
Os dados revelam que a queda na produção foi mais acentuada entre as vacas com maior potencial de produção, devido às altas taxas metabólicas desses animais, que dificultaram as trocas calóricas com o meio ambiente, especialmente em condições de temperatura e umidade elevadas.
Além de Porto Vera Cruz, o estudo apontou que o Vale do Uruguai e o Baixo Vale do Uruguai enfrentaram períodos mais críticos de estresse térmico para os animais. Locais como Itaqui e São Borja, ambos no Baixo Vale do Uruguai, foram identificados como algumas das áreas mais afetadas, juntamente com Porto Vera Cruz.
Esses eventos climáticos extremos, incluindo inundações, granizo e geadas, somados à umidade elevada e grandes variações térmicas durante a primavera, parecem ter contribuído para a redução da produção de leite, especialmente entre as vacas com maior capacidade produtiva.
A análise ressalta a necessidade de medidas adaptativas e estratégias para lidar com o impacto das mudanças climáticas na produção agrícola, visando mitigar os efeitos adversos que podem afetar não apenas a produção de leite, mas também a estabilidade dos sistemas agropecuários no estado.