Cientistas do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) da Argentina alcançaram um marco significativo na agricultura latino-americana ao anunciar a iminente chegada da primeira batata geneticamente editada na região. Este feito inovador foi alcançado por meio da tecnologia CRISPR, destinada a desativar o gene responsável pelo indesejado escurecimento das batatas após cortes, descascamento ou impacto durante sua colheita e transporte.

O problema do escurecimento enzimático, resultante da oxidação da batata, tem sido uma preocupação de longa data, afetando não apenas a aparência do tubérculo, mas também suas propriedades nutricionais, sabor e textura. Essa questão não apenas representa prejuízos financeiros significativos para os agricultores, mas também leva ao desperdício de alimentos nos mercados e nas residências, já que os consumidores muitas vezes descartam os produtos devido à sua aparência comprometida.

A batata, cultivada há aproximadamente 8.000 anos nos Andes, é uma das culturas mais vitais para a segurança alimentar global, classificando-se como a terceira mais consumida no mundo, depois do arroz e do trigo. Sua importância na América Latina, África e Ásia é crucial para a subsistência de milhões de pessoas, sendo um pilar fundamental na dieta de diversas comunidades.

Este avanço da ciência agrícola traz esperança para a sustentabilidade do cultivo de batatas na América Latina, prometendo reduzir perdas econômicas, evitar o desperdício de alimentos e garantir um suprimento mais confiável deste alimento essencial para as populações locais e globais. O Centro Internacional da Batata, sediado no Peru, berço original deste tubérculo, acompanha com entusiasmo esse progresso que poderá transformar a produção agrícola na região e além.