O aumento da participação da Ásia no mercado global de açúcar, aliado à outras mudanças na distribuição da produção, acabou reduzindo às entregas do produto na Bolsa de Nova Iorque para 2,4 milhões de toneladas, menor patamar desde 2014. De acordo com uma análise realizada pela consultoria INTL FCStone, vendedores entregaram apenas 331 e 271 mil toneladas na expiração dos contratos de julho e outubro.

Nesse cenário, o analista de mercado da INTL FCStone, João Paulo Botelho, afirma que os oito vencimentos anteriores haviam recebido entregas sempre superiores a 700 mil toneladas e, em média, mais de 1,1 milhão de toneladas. “A safra global 2017/18 (outubro-setembro) foi marcada por forte mudança nos fluxos internacionais do açúcar, o que ajuda a explicar o porquê de as entregas terem sido tão pequenas ao longo deste ano”, comenta.

Os números da consultoria indicam também que o aumento na produção da Índia e da Tailândia acabaram causando um excedente na exportação maior para os países do continente asiático, saindo de 9,3 milhões de toneladas em 2016/17 e chegando a 21,6 milhões de toneladas em 2017/18. Já para a América do Sul, a produção brasileira fez esse excedente cair em 29,0%, para 22,0 milhões de toneladas.

“O resultado prático destas mudanças sobre o mercado físico de açúcar é que destinos antes atendidos por exportadores do Brasil, agora estão comprando produto da Tailândia e, no futuro próximo, devem começar a importar volumes consideráveis da Índia. Entre os mercados nos quais isso ocorreu podemos destacar o Sudeste Asiático, Oriente Médio e Leste da África”, comenta.

A tendência é de essa movimentação se intensifique ainda mais no ciclo 2018/2019, fazendo com que o excedente exportável da Ásia ultrapasse o da América do Sul pela primeira vez na década.


Fonte: Agrolink