Nem a baixa expectativa da produção de café paranaense para 2014 –
justificada pela geada do ano passado - tirou o ímpeto dos produtores do
Estado em produzir grãos especiais e diferenciados este ano. Prova
disso é que iniciou nesta quarta-feira (17) em Londrina e segue até
hoje, o julgamento da fase regional da 12ª edição do Concurso Café
Qualidade Paraná, no Centro de Pesquisa em Qualidade do Café, na sede do
Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). A competição é promovida pela
Câmara Setorial de Café, da Secretaria Estadual de Agricultura e
Abastecimento (Seab), por meio do Iapar e do Instituto Emater.
Mais de 30 amostras das regiões de Santo Antônio da Platina, Cornélio
Procópio, Apucarana, Maringá, Cianorte, entre diversas outras, estão
sendo avaliadas por oito provadores do Estado nas categorias café
natural, cereja descascado e microlote, voltado aos produtores da
agricultura familiar. As amostras iniciaram a disputa na fase municipal,
entre 20 agosto e 10 setembro, e agora partem para a etapa regional.
Cinco lotes de cada categoria avançam para a última fase, a estadual,
com julgamento previsto para o final de outubro.
Disputam a última fase o que há de melhor em relação ao café paranaense,
apenas os mais bem pontuados, acima dos 75 pontos na escala da
Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA). Para o coordenador
estadual do Projeto Café do Instituto Emater, Cilésio Abel Demoner, o
concurso é uma forma de incentivar a produção do grão de qualidade no
Paraná. "O cafeicultor investe na sua lavoura, focando não apenas em
produtividade, mas também qualidade, agregando valor ao produto final e
melhorando a renda da família. Hoje, o café especial paranaense tem
qualidade para atender os mercados interno e externo", salientou ele.
Durante o julgamento, são avaliados atributos sensoriais pelos
provadores, como aroma/fragrância, uniformidade, ausência de defeitos,
doçura, sabor, acidez, corpo, after taste (persistência do gosto) e
equilíbrio. "Esse café especial precisa ter um ‘algo a mais’ do que a
commodity comum. Inclusive uma boa condução na lavoura e também no
pós-colheita, o que é de responsabilidade do produtor. Cabe, após isso,
aos provadores encontrarem características que torne-o um produto
especial", explicou a engenheira agrônoma da Seab e coordenadora da fase
regional do concurso, Lorian Voigt Gair.
Por fim, Lorian disse que a busca final, de cada provador, é pelo prazer
de um bom café. "Nós temos regiões que produzem cafés com as
características daquele local, satisfazendo diferentes nichos de
mercado. A remuneração ao produtor, no final do processo, é o que de
fato vai dizer o quanto esse café é especial", complementou a
coordenadora.