O plantio da segunda safra de milho está praticamente encerrado no Paraná. Com ele, durante o desenvolvimento das plantas, chega também um perigo que afeta lavouras e municípios: o aumento das chances de geadas e chuvas irregulares devido ao fenômeno climático La Niña, que ocorre neste ano.
“Isso deve continuar influenciando o clima no outono e no inverno. O verão, com exceção dos últimos dias, não foi tão quente, por exemplo. Temos períodos curtos em que chove muito. E o frio também chega mais cedo”, prevê Luiz Renato Lazinski, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia.
O especialista explica que os riscos passam a se intensificar a partir do fim de maio. “Como a safra está atrasada, teremos mais áreas suscetíveis aos riscos de geadas principalmente em junho e julho”, destaca. As lavouras mais ameaçadas são as do Oeste do Paraná e sul do Mato Grosso do Sul, na avaliação de Lazinski.
Status da safrinha
O último levantamento do Departamento de Economia Rural do Paraná, no dia 13, indicava 86% do plantio do milho safrinha concluído. “Agora, já devemos estar em uns 90%, faltando apenas o Norte”, afirmou nesta quinta (15) Edmar Gervásio, analista do Deral.
O atraso na safra de verão - devido às secas do último trimestre de 2017 - foi o motivo do adiamento do cultivo da safrinha. “Com o ciclo se alongando em 10 ou 20 dias, o risco climático é maior. E isso pode influenciar o desenvolvimento da planta”, afirma o analista. Ele identifica ainda outro problema: a concentração de plantio.
Gervásio explica que a janela menor de cultivo obrigou os agricultores a concentrarem a semeadura. “Se um produtor plantava 1 mil hectares em uma semana, ele acaba plantando 2 mil”, exemplifica. Isso faz com que uma área maior esteja mais exposta a um período de geada ou forte chuva, o que pode comprometer a produtividade.