Um sindicato de pecuaristas dos Estados Unidos, o R-CALF USA, diz ter enviado uma carta ao presidente americano, Donald Trump, pedindo uma "investigação completa" sobre a JBS e a alienação imediata de seus ativos baseados naquele país caso seja comprovado que a empresa construiu seus negócios de forma ilegal.
O documento de 11 páginas foi endereçado também ao presidente do Comitê de Justiça do Senado, Charles Grassley, ao procurador-geral, Jeff Sessions, e ao secretário da Agricultura, Sonny Perdue.
A carta cita o pagamento de propina pelo frigorífico para operar no Brasil, fato revelado pelo então presidente do conselho da JBS, Joesley Batista, em delação premiada.
O sindicato diz que vem pedindo ao departamento de Justiça americano que reforce a aplicação de leis antitruste sobre a JBS desde 2008, a cada aquisição feita pela companhia no país, mas que esses pedidos vem sendo ignorados - com exceção da tentativa de comprar a National Packing Company, que foi barrada.
De acordo com o grupo, a brasileira é a segunda maior produtora de carne bovina dos Estados Unidos, além de deter a maior empresa de alimentação animal do país. O R-CALF diz que a empresa usou essa estrutura para manipular a queda do preço do boi gordo em mais de US$ 850 por cabeça de gado entre 2015 e 2016.
O sindicato alega ainda que a empresa influnciou agentes reguladores e membros do Congresso para afrouxar regulamentações no país.
"Se for descoberto qua a JBS, de fato, construiu seu império de carne e gado nos Estados Unidos por meios ilegais, então todos os ativos detidos pela JBS no país deveriam ser imediatamente alienados", diz o texto.